terça-feira, 15 de abril de 2008

Hepatite C


A Hepatite C é considerada uma infecção sexualmente transmissível, embora a sua transmissão por via sexual seja rara (cerca de 2 a 4% dos casos). É uma inflamação no fígado causada pelo vírus da Hepatite C (VHC). Este vírus pertence ao género Hepacivirus e à família Flaviviridae da qual fazem parte vírus como o vírus do dengue e o vírus da febre amarela. É dos únicos que não é transmitido por artrópodes (ex: insectos).

Esta hepatite é a mais temida e perigosa devido à inexistência de vacina, às limitações do tratamento e à alta tendência para a cronicidade.
Estima-se que em todo o mundo existam 170 milhões de pessoas infectadas com este vírus. Em Portugal, calcula-se que existam cerca de 150 mil pessoas infectadas com o vírus da Hepatite C com cerca de 700 novos casos por ano.

Transmissão e Epidemiologia
A transmissão deste vírus ocorre, principalmente, através de contacto directo com sangue infectado. Desta forma, toxicodependentes (estima-se que 80% estejam já infectados) e profissionais de saúde constituem um grupo de risco. Além disso, locais onde se realizam tatuagens, piercings, acunpuctura ou mesoterapia são, também, locais de risco.
A transmissão pode ainda ser vertical (mãe para o filho) ou ocorrer por via sexual, embora a percentagem de casos seja rara em ambos os casos.

Sintomatologia
A hepatite C, tal como a maioria das hepatites, compreende duas fases de evolução.
O período de incubação é geralmente de 7 semanas.


  • Hepatite C aguda
    Em 20% dos casos é sintomática, causando icterícia (cor amarela nos olhos e na pele), falta de força e de apetite, náuseas, dores abdominais e fadiga. Dado que estes sintomas são semelhantes aos da gripe, o diagnóstico nesta fase é raro.
    Em 80% dos casos a hepatite não apresenta sintomas, ou, quando os apresenta, são muito ligeiros.
    Como o diagnóstico é difícil nesta fase, 80% dos casos evoluem para fase crónica e cerca de 20%evoluem para a cura natural.

  • Hepatite C crónica
    · 25% dos casos mantém os níveis das enzimas do fígado normais e o tratamento é, na maioria dos casos, rápido e muito eficaz.
    · 50% dos casos apresentam níveis de enzimas do fígado elevadas e lesões leves nesse órgão. A evolução é lenta e apenas uma pequena parte dos casos atinge formas graves (se não for tratada).
    · 25% dos casos apresentam lesões graves no fígado (reveladas na biopsia), embora sem sintomas. Estas lesões podem evoluir para cirrose hepática (transformação do tecido do fígado em tecido fibroso) e em 4% dos casos pode mesmo evoluir para cancro do fígado.
    A evolução deste tipo de patologia é, regra geral, lenta. No entanto, pode ser
    acelerada pela ingestão de álcool, pela idade avançada do doente, pela obesidade, pela diabetes, pelo facto de ser do sexo masculino ou pela infecção simultânea do vírus HIV.

Diagnóstico
Na maioria das vezes o diagnóstico desta patologia é acidental e ocorre através da realização de exames ao sangue por qualquer outro motivo.
Nesses casos, o diagnóstico apresenta-se positivo se se verificar uma concentração elevada de uma enzima hepática (transaminase ou TGP).
Posteriormente deve ser feita a pesquisa para detecção de anticorpo contra o vírus da Hepatite C. A confirmação da infecção é feita por identificação do vírus por técnicas de engenharia genética como o PCR (em que se dá a ampliação do material genético do vírus e a sua comparação com padrões estabelecidos), bem como a identificação do seu tipo e da carga viral.
Na maioria dos casos, é, também, necessária a realização de uma biopsia hepática para determinar o grau da doença e o tipo de tratamento a efectuar.
No entanto, é possível realizar voluntariamente um teste anti-VHC (realizado em qualquer laboratório de análises clínicas, com compartipação). Este teste pode ser realizado por qualquer pessoa que o deseja, mas é especialmente recomendado às pessoas que tenham sido submetidas a transfusões de sangue antes de 1992 (altura em que se iniciou a realização de testes anti-VHC aos dadores de sangue), aos toxicodependentes, às pessoas cujas mães estavam infectadas, aos familiares ou parceiros sexuais de pessoas infectadas, às pessoas sexualmente promíscuas, às pessoas infectadas com o vírus HIV ou outras infecções sexualmente transmissíveis e aos profissionais de saúde em geral.

Tratamento
Infelizmente, não existe qualquer vacina contra o vírus da Hepatite C.
No entanto, o tratamento da doença é eficaz em cerca de 60% dos casos e é relativamente fácil.
Na maioria dos casos, o tratamento é iniciado na fase crónica da doença pois é rara a detecção na fase aguda.
Assim, mesmo não existindo sintomas, o tratamento é indicado a pessoas com vírus em actividade e baseia-se na administração de dois medicamentos: o Interferão Peguilado, administrado semanalmente por injecção e a Ribavirina tomada diariamente sob a forma de comprimidos.
O tratamento dura cerca de 24 a 48 semanas, dependendo do tipo de vírus.
Em casos mais graves, pode ser necessária a realização de transplante de fígado.

Prevenção
Para prevenir este tipo de infecção é essencial não partilhar seringas nem objectos utilizados na preparação de droga (a troca de seringas é feita nas farmácias de forma gratuita) e assegurar-se que é utilizado material descartável ou esterilizado em locais como centros de acunpuntura e mesoterapia, barbeiros, manicuras e lojas de tatuagens e piercing.
Desta forma, assegura-se que não existe contacto entre sangues, reduzindo totalmente a possibilidade de infecção.
Além disso é essencial a utilização de preservativo nas relações sexuais, principalmente quando existem múltiplos parceiros sexuais, na altura da menstruação caso seja a mulher a infectada, caso existam feridas nos órgãos genitais que permitam o contacto sanguíneo.

3 comentários:

Madame Ambika disse...

Olá...
O meu marido tem Hepatite C,e ele diz que nao é transmissivel e que nao tem cura!!É verdade?

Ass:Layne

Priscila disse...

O portador de hepatite carrega o vírus pro resto da vida, por isso não pode doar sangue pois seu sangue não poderá ser utilizado. Caso for, ocorrerá a contaminação da pessoa receptora, fazendo com que esta também tenha hepatite. A hepatite é uma doença sexualmente transmissivel, mas são poucos os casos de trasmissão por tal via (segundo o texto), podendo se dizer que são raros os casos.

Anónimo disse...

vc pode pegar hepatite c com um beijo