quarta-feira, 9 de abril de 2008

Tricomoniase

A tricomoniase é uma infecção sexualmente transmissível causada por um organismo microscópico unicelular chamado Trichomonas Vaginalis (protozoário flagelado), que ataca sobretudo as mulheres.
Nos homens, este organismo afecta a uretra, a próstata e a bexiga, mas só ás vezes causa sintomas. Assim, o homem pode estar infectado e infectar os seus parceiros, sem no entanto, sentir qualquer sintoma que indique que este esta infectado.
Nas mulheres, a tricomoniase pode causar graves infecções vaginais e serias inflamações da uretra.
Em grávidas, estas infecções podem aumentar o risco de ruptura prematura das membranas, de parto pré-maturo e do nascimento do bebé com peso baixo.
A principal forma de transmissão do Trichomonas é através de relações sexuais desprotegidas (sem preservativo), com pessoas infectadas. No entanto, este protozoário também pode ser transmitido através de toalhas húmidas (principalmente em crianças e idosos, com reduzidas defesas imunitárias).
Os principais sintomas nas mulheres são: o aparecimento de uma secreção amarelo-esverdeada com cheiro forte; comichão ou dor vaginal; irritação e inflamação ao redor da vagina; dispareunia (dor vaginal durante as relações sexuais) e disúria (desconforto e ardor ao urinar). Nos homens, os sintomas quando existem são, normalmente: irritação do pénis; inflamação da glande e leve corrimento ou leve ardência após urinar ou ejacular, tornando-se bastante difícil eliminar secreções pelo orifício da uretra.
O diagnóstico deve ser realizado pelo médico, que examinará a bexiga ou a uretra para observar se há inflamação ou uma secreção anormal, nestes órgãos. É, muitas vezes também, realizado um exame pélvico. A tricomoniase pode ser diagnosticada pela detenção do parasita sob o microscópio (sendo positivo se o examinador visualizar as formas do Trichomonas) ou através da cultura em laboratório, que ficará disponível em 2 a 7 dias. As mulheres podem sempre realizar o teste do pH vaginal, que é um teste simples e rápido e que consiste em colocar em contacto com a parede vaginal, durante um minuto, uma fita de papel indicador de pH e depois observar os resultados, que se forem superiores a 4,5 sugerem tricomoniase. Contudo, deve-se ter muito cuidado ao colocar a fita em contacto com a parede vaginal para evitar que esta toque no colo do útero, pois o pH básico deste pode causar distorções na interpretação dos resultados.
O fármaco mais recomendado para o tratamento da tricomoniase é o Metronidazol oral ou em gel, sendo o oral mais eficaz (chega aos 95%). No entanto, fármacos como o Tinidazol e o Secnidazol são tambem, bastante receitados pelos médicos.
O metronidazol não deve ser tomado por grávidas durante o primeiro trimestre da gravidez, devendo estas optar por um medicamento alternativo ou retardar o tratamento até após o parto. Durante o tratamento com metronidazol não se deve tambem, beber álcool pois este fármaco em pessoas que ingerem álcool pode provocar câimbras, náuseas, vómitos, dores de cabeça e rubores faciais. O tratamento é eficaz quando realizado por ambos os membros do casal. Tal como outras infecções sexualmente transmissíveis, caso não seja tratada, a tricomoniase aumenta a probabilidade de uma pessoa ser infectada ou infectar outras, com o vírus da Sida, o HIV.
Sempre que uma mulher tiver desconforto vaginal ou uma secreção vaginal anormal deve procurar, imediatamente, um ginecologista. Já para os homens, os urologistas são os médicos mais especializados em problemas relacionados com infecções sexualmente transmissíveis, devendo recorrer a estes sempre que apresentarem vermelhidão no pénis ou incomodo ao redor da uretra.
De entre as várias formas de prevenir esta infecção destacam-se: a abstinência sexual; ter relações sexuais somente com uma pessoa, de preferência não infectada e usar preservativo, continuamente, durante as relações sexuais.

Candidíase

A candidíase é uma infecção vaginal causada por uma levedura (fungo) chamada Cândida albicans, que se desenvolve num local quente e húmido da vagina e que afecta principalmente os indivíduos do sexo feminino.
O fungo Cândida, como muitos outros organismos que habitam no nosso organismo, esta em equilíbrio com as nossas defesas, mas quando esse equilíbrio se perde, pelas mais diversas razoes (diabetes,uma vez que os elevados níveis de açúcar favorecem o desenvolvimento dos fungos; gravidez; alterações hormonais; obesidade; determinados fármacos; contraceptivos orais, que modificam as condições da vagina) este fungo converte-se num inimigo potencial para o nosso organismo. A utilização de piscinas aumenta também o risco de contrair a infecção, dado que o excesso de cloro provoca alterações na flora vaginal, favorecendo o desenvolvimento de cândidas.

A candidíase não é assim, uma doença de transmissão, exclusivamente sexual, já que para alem da transmissão por contacto sexual existem outros factores e outras formas que predispõem o aparecimento desta infecção. Contudo, a alta frequência de actividade sexual está relacionada com o aparecimento da Candidíase Vaginal.
Os sintomas mais frequentes desta infecção na mulher são: a inflamação e irritação nos lábios da vulva e na vagina, comichão na região infectada, dor durante a relação sexual, inflamação das vias urinarias e da bexiga, o aparecimento de secreções e corrimentos esbranquiçados, semelhantes à nata do leite. No homem, verifica-se uma inflamação acompanhada de pontinhos vermelhos no pénis e ardor.
A forma mais comum de diagnosticar esta doença por parte do médico, é através de uma observação ginecológica afim de confirmar as queixas dos pacientes. No entanto, em caso de dúvida é frequente, recolherem-se amostras da vagina e do pénis para depois serem examinadas ao microscópio ou para serem cultivadas.
O tratamento da candidíase não conduz à sua eliminação, podendo esta volta a aparecer. No entanto, mantêm esta infecção sob controlo.
Às mulheres é sugerido que lavem a vagina com água e sabão, sequem-na com uma toalha limpa e depois apliquem um creme antimicótico (fármacos que destroem os fungos ou impedem o seu crescimento). Em caso de resistência, é recomendada a utilização de fármacos antimicoticos por via oral. Aos homens é recomendada uma boa lavagem e secagem do pénis, antes de se colocar o creme antifúngico.
Existem vários tipos de tratamentos não farmacológicos que podem ajudar a controlar esta infecção, tais como: reduzir a quantidade de açúcar que se come diariamente; tomar suplementos de alho ou comer alho cru (o alho tem propriedades antifúngicas e antibacterianas, no entanto temos de ter atenção porque o alho pode interferir com os medicamentos para o HIV, ou mesmo, tomar cápsulas de lactobacillus ou comer iogurtes que contenham esta bactéria, no entanto temos de ter cuidado porque estas terapêuticas naturais ainda não foram estudadas cuidadosamente para comprovar a sua eficácia.
A candidíase não é uma infecção que cause perigo de vida, nem dá origem a grandes complicações, no entanto, existe o risco de recaídas e em muitas situações a infecção pode mesmo tornar-se crónica.
São várias as medidas que ajudam a prevenir a Candidíase Vaginal, no entanto destacam-se: o uso do preservativo; a higienização antes e depois da relação sexual (utilizar um sabão com um pH similar ao da pele) e evitar o uso constante de roupas sintéticas justas.
No caso do aparecimento da infecção e durante o seu tratamento é aconselhável a abstinência sexual e a não partilha de qualquer objecto de higiene pessoal.
O tratamento da Candidíase é rápido e eficaz se for realizado por ambos os membros do casal.

Vaginose Bacteriana

A Vaginose Bacteriana é uma infecção da vagina que ocorre em função de um desequilíbrio ecológico na flora vaginal, causado pela redução das bactérias “protectoras”(lactobacilli) e pelo aumento das bactérias “estranhas” (predominantemente, Gardenerela vaginalis, microplasmas e bacilos anaeróbios), por contaminação, deixando a vagina “desprotegida” e gerando-se assim um ambiente mais propicio à entrada do vírus HIV(causador da Sida e de outras doenças sexualmente transmissíveis).

Esta contaminação está, na maioria das vezes, associada ao contacto de fezes com a vagina, quer pela má higiene (uso inadequado do papel higiénico ou do bidé) quer pelo contacto do pénis com o ânus e depois com a vagina. Daí ser muito importante usar um preservativo para a relação anal e outro para a penetração vaginal e limpar a vagina sempre da frente par traz, impedindo assim, que as fezes cheguem à vagina.
As mulheres com Vaginose Bacteriana apresentam corrimento vaginal com um odor desagradável, mais acentuado após o coito e no período menstrual, geralmente de cor branca ou cinza e com aspecto cremoso. Podem sentir ainda, ardor ao urinar, comichão em redor da vagina e dor durante as relações sexuais. No entanto, podem existir mulheres que têm a doença e não apresentam qualquer um destes sintomas.

O diagnóstico desta doença é feito através de uma consulta de ginecologia, por meio de um exame de bacterioscopia (um pouco de corrimento vaginal é colocado numa lâmina e depois é examinado ao microscópio) e/ou por medição do pH vaginal (durante um minuto é colocada uma fita de papel indicador de pH em contacto com a parede vaginal e depois consoante a cor que a fita apresenta consegue-se saber o valor de pH daquela vagina).
O tratamento da Vaginose Bacteriana é feito à base de medicamentos antimicrobianos, como o metronidazol oral ou com clindamicina intravaginal. No entanto, a doença pode voltar mesmo após o tratamento.
As implicações mais serias causadas pela vaginose bacteriana são: parto prematuro ou recém-nascido com peso abaixo da média; infertilidade ou danos graves nas trompas de Falópio; maior probabilidade de uma mulher transmitir o vírus da Sida ao seu parceiro sexual e maior probabilidade de uma mulher ser infectada por outras doenças sexualmente transmissíveis.
A Vaginose Bacteriana é uma doença que se pode transmitir entre parceiras femininas e que está associada a ter novos e/ou múltiplos parceiros sexuais.
Os cuidados básicos que se podem ter com o objectivo de reduzir o risco de desequilíbrio ecológico na vagina e assim evitar o desenvolvimento desta doença são: o uso do preservativo durante as relações sexuais; limpar a vagina sempre da frente para trás; evitar os bidés( são sítios onde há grande acumulação de microorganismos) e levar o tratamento recomendado pelo médico sempre até ao fim, mesmo que os sintomas desapareçam antes do término da medicação.
Como os iogurtes naturais contêm lactobacilos e a vaginose bacteriana destrói as bactérias que protegem a vagina (lactobacilos), há quem recomende a colocação de iogurte natural no fundo da vagina, através de um aplicador de creme vaginal, ao deitar, durante cinco dias, como forma de tratamento/controlo para esta doença.

Gonorreia

A Gonorreia é, actualmente, uma doença fácil de tratar quando diagnosticada e tratada precocemente. No entanto, quando não se faz o tratamento correcto ou quando o diagnostico è tardio podem surgir graves complicações, tais como: aperto da uretra no homem; úlceras da córnea (patologia onde há erosão da córnea, que é a parte anterior transparente e protectora do olho); problemas cardíacos e neurológicos; dores fortes e danos irreversíveis no sistema reprodutor; serias inflamações sanguíneas e aumento da probabilidade de transmissão e contaminação pelo vírus da Sida, HIV. Nas mulheres pode causar doença inflamatória pélvica (DIP), levar a aborto ou a parto prematuro e em casos mais sérios pode provocar infertilidade, quer em homens quer em mulheres. A febre, dores nas articulações, lesões na pele, meningite (inflamação das membranas que envolvem o cérebro) ou mesmo, serias complicações cardíacas, são os sintomas mais frequentes da disseminação da bactéria Neisseria Gonorrhoeae pelo sangue. O diagnóstico da Gonorreia faz-se de imediato assim que a bactéria Neisseria Gonorrhoeae é identificada ao microscópio. Em mais de 90% dos homens infectados o diagnóstico é feito através de uma amostra de secreção uretral (uretra). Das mulheres infectadas, apenas cerca de 60% utilizam para diagnóstico uma amostra da secreção cervical (vagina). Para o diagnostico desta infecção pode também recorrer-se a outras secreções purulentas existentes. Onde esteja presente a bactéria Neisseria Gonorrhoeae. Quando um médico faz um diagnóstico da Gonorreia, para alem da tratar, deve pôr a hipótese de existirem outras infecções sexualmente transmissíveis associadas, como a Sida, a Sífilis e a Hepatite B e assim, propor a realização de análises ao sangue. O tratamento da Gonorreia passa, habitualmente, pela administração de antibióticos (em geral doxiciclina) ou então com uma dose única de Ceftriaxona intramuscular. O tratamento deve ser feito por ambos os elementos do casal, pois embora um deles possa não ter sintomas este pode estar infectado e facilmente, voltará a infectar o seu parceiro, mesmo que este tenha sido já tratado. É tambem, extremamente importante, tomar todos os medicamentos indicados até ao fim do tratamento, mesmo que se sinta melhor antes do término do mesmo. A vacinação para a Gonorreia não é praticada devido à grande variabilidade das estirpes e porque a Gonorreia é uma doença de pequena gravidade se for tratada a tempo. A prevenção da Gonorreia é bastante importante dado que todas as pessoas estão sujeitas a ficar infectadas. Logo, uma boa higiene e o uso de preservativo sempre que tiver relações vaginais, orais ou anais é meio caminho andado para não ficar infectado. É ainda, extremamente importante, efectuar regularmente o rastreio de IST´s para o caso de se estiver infectado, proceder rapidamente ao tratamento da infecção, não permitindo que esta progrida. A Gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Neisseria Gonorrhoeae, que se encontra preferencialmente em zonas temperadas e húmidas do corpo e pode ser contraída tanto por homens como mulheres. Esta infecção é considerada uma das IST´s mais comuns em todo o mundo, sendo milhões as pessoas infectadas. A Gonorreia é uma doença muito frequente, principalmente em adultos jovens e o seu aparecimento tem aumentado bastante nos últimos anos. A transmissão desta infecção ocorre através do contacto sexual com um indivíduo infectado (homem ou mulher), por auto-inoculação (passagem da bactéria através da corrente sanguínea de um local para o outro do corpo, do individuo infectado) ou de mãe para filho no momento do parto, se esta estiver afectada pela doença. Ao contrário do que muitas pessoas pensam e dizem, esta doença venérea (doença infecciosa que tem como característica comum a transmissão por contacto sexual) não se transmite através de toalhas, casas de banho públicas e piscinas. A Neisseria Gonorrhoeae pode infectar os órgãos genitais, a pele, os olhos, a garganta, as articulações, o coração e o sistema nervoso. No homem, os sintomas da Gonorreia são, geralmente, mais intensos que na mulher, sendo que 70% destas nem sequer apresentam sintomas, e em muitos casos a doença só e descobre depois de se ter diagnosticado a mesma infecção no seu parceiro. Os primeiros sintomas no homem, costumam aparecer entre 2 a 7 dias após a infecção, sendo os mais frequentes: dor ou ardência ao urinar; febre baixa; aparecimento de um corrimento espesso e amarelo ou esverdeado; dor nos testículos e necessidade imperiosa e frequente de urinar. O orifício do pénis pode ainda, adoptar uma cor vermelha e inchar. Nas mulheres, os primeiros sintomas costumam surgir entre 7 a 21 dias após a infecção e são, geralmente: o aumento do fluxo vaginal, necessidade frequente de urinar, dor ou sangramento durante ou após relações sexuais, dor ou ardência ao urinar, febre e em casos mais graves pode levar à infertilidade. A prática de sexo oral com uma pessoa infectada pode causar gonorreia na garganta (faringite gonocócica), que se manifesta por fortes dores na garganta e dificuldades em engolir. Os olhos dos recém-nascidos podem também ser infectados com gonorreia, através da sua mãe, no momento do parto, dada a passagem pela vagina (local onde existem secreções infectadas), verificando-se assim, uma infecção externa do olho (conjuntivite gonocócica), que lhes provoca edema em ambas as pálpebras e uma descarga de pus proveniente dos olhos. Se esta infecção não receber tratamento, pode originar cegueira. A maioria das crianças com gonorreia foram infectadas através de abusos sexuais por parte de adultos, sendo os sintomas mais frequentes apresentados por estas a irritação, vermelhidão e inflamação da vulva, com secreções de pus provenientes da vagina; dor ao urinar, ou mesmo, o recto inflamado.

Herpes genital

O Herpes é uma infecção especificamente conhecida como herpesvirus hominus, sendo o tipo herpes-simplex uma subcategoria da família. O herpes genital é uma doença de prevalência e incidência elevada, infecciosa, muito contagiosa, recorrente, geralmente benigna e ligeira nas pessoas saudáveis, causada pelo vírus herpes-simplex 2 (a maioria dos casos) e pelo vírus herpes simplex 1.A transmissão do herpes ocorre pelo contacto pele a pele, ou seja por transmissão materno -fetal, pelo contacto com mãos infectadas e através do contacto sexual feito com um indivíduo portador das lesões cutaneomucosas, não se dando o contágio através de objectos infectados, uma vez que o vírus apresenta uma baixa resistência à temperatura ambiente e à secagem. Cinco a oito dias após o contacto sexual infectante, surgem pequenas vesículas encostadas uma às outras cheias de um líquido transparente e um pouco amarelado. Rapidamente essas vesículas, que correspondem a uma elevação da epiderme, estalam, ulceram e passam a constituir uma crosta espessa e inestética que é cobiçada por germes vizinhos que se arriscam a vir misturar-se a ela e a transformarem-se num corrimento local muito líquido. Ao fim de uma a duas semanas, essas vesículas desaparecem, aparecendo periodicamente, aquando baixas de sistema imunitário. Este acontecimento deve-se ao facto do vírus permanecer para sempre dentro no organismo, fenómeno designado por “latência”.Este (vírus), pode “deslocar-se” através dos nervos numa determinada zona e esconder-se nos gânglios nervosos não manifestando a sua actividade, durante períodos que podem ser mais ou menos longos. Isto traduz-se num reaparecimento futuro dos sintomas. Todas estas modificações traduzem-se num verdadeiro tormento para o portador, traduzindo-se no aparecimento de úlceras, dores fortes, febre, mal-estar e ardor ao urinar. Não existe nenhum tratamento definitivo para o herpes, porém há medicamentos que ajudam a controlar eficazmente a infecção, uma vez que actua eliminado a capacidade de multiplicação do vírus. A prevenção não só passa pelo uso do preservativo que, embora seja o único método que protege contra as infecções sexualmente transmissíveis não protege totalmente contra o herpes genital, pois podem haver lesões que não ficam cobertas com o preservativo, como pela abstinência sexual (quando a região afectada pelo herpes genital não está com aparência normal) mas também, por uma boa e correcta higiene íntima. O uso de microbicidas e espermicidas podem fornecer alguma protecção quando usados directamente na vagina e nas doses recomendadas para contracepção. Estes devem ser utilizados juntamente com o preservativo e não em sua substituição.

Molusco contagioso

O molusco contagioso é uma infecção dermatológica viral e contagiosa, causada pelo vírus do Molusco. Este vírus é um Poxvírus da patente da varíola.
Esta é uma infecção muito comum nas crianças, mais do que nos adultos, que se transmite de várias formas e apenas a possibilidade de eventual contágio nas relações sexuais justifica a sua inclusão no grupo das IST. A infecção é transmitida através do contacto pele a pele, nesta caso e porque estamos a falar de infecções sexualmente transmissíveis a transmissão é feita através do contacto sexual e é geralmente comum em pessoas com problemas de stress, ansiedade, ou de diferentes transtornos psicológicos, uma vez que esta doença está relacionada com uma baixa do sistema imunológico, cuja normalidade conduz ao desaparecimento da doença.
O diagnóstico é feito pelo aspecto clínico das lesões, pelo aspecto do material obtido à expressão das pálpulas e, eventualmente, por meio da biopsia.
A infecção aparece entre a primeira e a sexta semana após o contágio. Na região afectada surgem pequeníssimas pálpulas incolores, róseas ou avermelhadas que, contêm na sua zona central e em cratera prurido que contém vírus. As lesões são, na maioria das vezes assintomáticas podendo dar originem a prurido (comichão) e ardor quando infamadas ou irritadas. Quando não tratadas as pálpulas continuam a aumentar de dimensões podendo atingir um diâmetro de poucos milímetros ou mesmo de alguns centímetros. A doença não representa qualquer perigo para o portador apenas é desconfortável e inestética, sendo normalmente iliminada pelo sistema imunitário em alguns meses. A infecção pode ser acompanhada por um período de latência de até seis meses, no entanto o período de incubação é geralmente de duas a oito semanas. Para que a doença possa ser tratada é necessário verificar se não estão presentes outras doenças sexualmente transmissíveis.O tratamento pode ser feito através da remoção das bolhas por meio de pressão com as unhas (devidamente protegidas) das vesículas, retirando-se o seu conteúdo, por pequenos processos cirúrgicos, queimando-as através de produtos químicos caústicos, ou por congelamento, com nitrogénio líquido. A remoção das pálpulas através da curetagem é também um processo muito comum. Existem ainda outras técnicas destrutivas como a electrocoagulação e laser terapia que, são pouco adequadas ao objectivo pretendido uma vez que causam dor, cicatrização lenta e algumas cicatrizes. O tratamento é normalmente fácil e rápido dependendo do organismo de cada paciente. O método habitual de prevenção traduz-se no uso do preservativo.


Donavanose

Donavanose também conhecida por granuloma venéreo, úlcera venérea crónica, granuloma tropical ou granuloma contagioso é uma infecção sexualmente transmissível, de origem bacteriana, crónica e é causada pela bactéria Dovania granulomatis.
Esta infecção é actualmente rara em todo o Mundo e tem predominância em pessoas de cor negra. A sua transmissão é frequentemente sexual e é de baixa contagiosidade. É importante referir que a donavanose é uma infecção que pode ser contraída não só através do coito vaginal, como também através do anal e oral, instalando o germe na boca e na faringe. É caracterizada por uma pequena elevação da pele (não dolorosa), que com o tempo se vai transformar numa ulceração avermelhada semelhante a uma couve-flor, indolor e que dá origem a lesões que se localizam na região genital perianal. A evolução das lesões é muito lenta e são poucas as pessoas que procuram auxílio médico, devido ao facto de esta ser indolor. Quando não é tratada ou adequadamente tratada, a donavanose pode gerar infecções secundárias como a elefantíase (aumento exagerado do pénis e do saco escrotal), pode também haver estreitamento do ânus (estenose), deformidades genitais, vaginites e em casos mais graves o aparecimento de tumores. O diagnóstico é feito pela história e aspectos clínicos da lesão, sendo normalmente o tratamento feito através de antibióticos ou em casos muito avançados, através de cirurgia. As formas de prevenção traduzem-se pelo uso do preservativo e da higienização após a relação sexual.

Doença Inflamatória Pélvica (DIP)


A doença inflamatória pélvica (DIP) pode ser definida como uma síndrome clínica atribuída à ascensão de microrganismos do trato genital inferior para o superior, de modo espontâneo ou não, comprometendo o endométrio, trompas, anexos uterinos e outras estruturas.
Esta síndrome afecta as mulheres, principalmente aquelas que mantém relações com vários parceiros sexuais.
A doença inflamatória pélvica é causada por bactérias de transmissão sexual, como por exemplo a clamídia e o gonococo.
As bactérias responsáveis por esta síndrome podem ser transmitidas durante o parto, se a mãe estiver infectada, por uso de artigos de higiene íntima de alguém contaminado, através de relações sexuais desprotegidas em que o homem, que na maioria das vezes não apresenta sintomas uma vez que o seu órgão sexual é externo, transmite a bactéria para a mulher que, pelo facto do seu órgão sexual ser interno, húmido e com temperatura ideal para a proliferação de bactérias, tem mais propensão para apresentar sintomas, e através dos vasos sanitários. Este último meio de transmissão da doença inflamatória pélvica é muito raro porém, dado ao facto desta síndrome causar lesões nos genitais da mulher não pode ser excluído. A bactéria após a transmissão, vai proliferar e afectar progressivamente todo o sistema reprodutor feminino, podendo originar ardência ao urinar, febre baixa e o aparecimento de corrimento que varia de amarelo a purulento, que sai da vagina e que apresenta um odor característico e forte. Pode ainda originar lesões, infecções, bloqueamento das trompas de Falópio, gravidez ectópica e dores fortes. Esta síndrome afecta mulheres de todo o Mundo, sendo a principal causa de infertilidade feminina a nível mundial e uma vez que provoca feridas genitais com sangramento, aumenta significativamente o risco de contracção por HIV e o desenvolvimento de SIDA. O diagnóstico é basicamente clínico, não havendo necessidade de exames laboratoriais específicos. Porém, se houver necessidade de estudos epidemiológicos procede-se à recolha de material com uma longa haste de algodão na ponta. O material recolhido é posto num campo de cultura e após 72 horas o especialista conta a quantidade de bactérias por mm quadrado indicando deste modo o grau de contaminação do paciente. O tratamento desta doença inclui além de medidas de higiene, o uso de protecção durante as relações sexuais e o uso de antibióticos sob rigorosa prescrição médica. Se a infecção for detectada num estado avançado, poderá ser necessário internamento hospitalar ou mesmo intervenção cirúrgica. A sua prevenção é feita essencialmente através do uso do preservativo. No entanto, a não partilha de artigos de higiene íntima e a adopção de medidas de higiene íntima adequadas também não devem ser postos de parte. Para que esta síndrome possa ser detectada e tratada atempadamente, as mulheres devem submeter-se anualmente a exames pélvicos e de detecção de infecções.